quarta-feira, 20 de julho de 2016

'NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA'

'NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA'



O FILME
Pouco depois de sair do presídio, onde passou um ano e meio por posse de livros marxistas, a Dra. Nise da Silveira (Gloria Pires) chega ao hospital psiquiátrico público onde trabalha, no Engenho de Dentro, no Rio. Bate uma vez no portão, ninguém ouve, ninguém abre. Bate novamente, e nada. Bate, bate até que começa a esmurrar o portão para ser ouvida, e, finalmente, entrar.
A cena abre “Nise – O Coração da Loucura” e sintetiza diversas simbologias: a primeira é de que ela não será facilmente aceita ali dentro; outra, que não será fácil entrar dentro  da mente de seus pacientes, ou, como prefere chamá-los, clientes.

O MUSEU DE IMAGENS DO INCONSCIENTE
Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda naquela instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.

    

     Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico.

 ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO

Considerado louco por alguns e gênio por outros, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênio, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil,  
Foi negro, pobre e nordestino. Foi boxeador e biscateiro. Na noite 22 de dezembro de 1938, despertou com alucinações,  depois de peregrinar pela rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II.   Um mês após a sua internação, foi transferido para a  Colônia Juliano Moreira sob o diagnóstico de  esquizofrênico – paranoico  onde  permaneceu por mais de 50 anos.
Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista.  

                                  

VAN GOGH – SUPOSTA LOUCURA


Existem teorias de que Van Gogh era vítima de demência sifilítica ou que sofria de esquizofrenia. Mas, ultimamente, tem sido reforçada a crença de que era vítima de psicose epileptoide de fundo hereditário, agravada por circunstâncias pessoais, como a possível sífilis, alcoolismo, desnutrição e esgotamento, o que o exime da loucura.  Era muito ligado a seu irmão Theo, afastando-se dele por um tempo devido o casamento do irmão. O casamento do irmão Theo foi a gota d’água, pois ele passou a temer pelo afastamento da única pessoa com quem podia contar, e por quem sentia uma grande amizade. Passou por uma forte crise de insônias e alucinações,  dizendo-se perseguido por alguém que tentava envenená-lo. Mesmo assim, continuou trabalhando incessantemente.

                

Após a morte do irmão, Theo ficou inconsolável. Acalentava muitos projetos para os dois. Passou a sofrer de depressão e ansiedade.  Com a saúde cada vez mais frágil, foi levado para a Holanda, onde veio a falecer de “demência paralítica” (neurossífilis), seis meses após o irmão. Willemina, irmã de Van Gogh, era esquizofrênica, e viveu durante 40 anos internada, e Cornelius, outro irmão, cometeu suicídio aos 33 anos de idade. Van Gogh e seu irmão Theo encontram-se enterrados lado a lado, como sempre estiveram em vida.


           PS: Cérebro: 
             http://valquiriabano.blogspot.com.br/2016/07/funcao-do-lobulo-parietal.html


PS: Como sugestão olhe as obras de :  João Pery de Lind





5 comentários:

  1. A arte rompe barreiras e liberta mentes e corpos, sem duvida utiliza-la em tratamentos que visem melhorar a vida daqueles que possuem limitações é um ato de amor, meus parabéns pela iniciativa. Sou Leandro Silva do Carmo, funcionário público e grande fã do seu trabalho

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  2. Eu também sou grande fã do seu trabalho em funcionandocotidiano.blogspot.com.br

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  3. Agradeço de coração seu apoio ao meu novo projeto.

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  4. Parabéns pela iniciativa e pelo trabalho. Saudações de Portugal

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    1. Obrigada Pery, adorei o seu trabalho, quadros perfeitos, imperfeitos, marcantes na cor, tão reais porém tão utópicos.

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