terça-feira, 19 de julho de 2016

5 VEZES FAVELA - SINOPSE


AUTOCRÍTICA  - 5 VEZES FAVELA – AGORA POR NÓS MESMOS

Em 1962, cinco diretores de classe média alta fizeram cada qual, um curta mostrando sua visão sobre as favelas cariocas. Eram eles Miguel Borges, Cacá Diegues, Marcos Farias, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade. Nomes que entraram para a história do cinema brasileiro, posteriormente. Cinco Vezes Favela é um filme brasileiro de 1962, considerado como uma das obras fundamentais para o advento do chamado Cinema Novo no Brasil. O filme apresenta cinco histórias separadas, cada uma delas com diferentes diretores: Marcos FariasMiguel BorgesCacá DieguesJoaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman. Com produção de Leon Hirszman, Marcos Farias e Paulo Cezar Saraceni e, como produtora o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes. São eles: "Escola de Samba Alegria de Viver" e "Couro de Gato,  "Pedreira de São Diego",  "Um Favelado" e "Zé da Cachorra" e  "Couro de Gato". Há 50 anos cinco fezes favela era uma proposta interessante, mas sua autenticidade parecia comprometida pela inevitável visão de fora. Em 2010, um desses diretores, Cacá Diegues teve uma idéia: por que não deixar que os próprios moradores das comunidades contassem suas histórias? O projeto começou com oficinas técnicas ministradas à 229 jovens dos quais 84 foram escolhidos para integrar a equipe técnica do filme. O projeto abrangeu as comunidades de Cidade de Deus, Vidigal, Complexo da Maré, Parada de Lucas e várias comunidades ao longo da Linha Amarela. Nasce cinco fezes favela – por nós mesmos, exibido na seleção oficial do Festival de Cannes 2014  (só que fora de competição), Cinco Vezes Favela – Agora Por Nós Mesmos não é uma refilmagem do Cinco Vezes Favela do início da década de 60 o filme trás agora a visão dos diretores que moraram ou moram em favelas no Rio de Janeiro, Pois bem. Naquela ocasião, o produtor  Cacá Diegues disse que a intenção foi fazer um filme leve, sem a visão pessimista de que em favela só existe violência e tráfico; era fazer um filme sobre o cotidiano daquelas comunidades. O comentário só serviu para que o filme caísse no meu conceito, já que em quase todos os segmentos havia criminalidade, violência e outros fatores depreciativos. Uma apresentação contraditória, que eu, pelo menos, fiquei sem entender. Fecha parênteses. Quanto aos curtas, alguns eram muito bons, outros nem tanto, o que é característico destas compilações de curtas.


OS CURTAS

O primeiro curta, FONTE DE RENDA, tinha como protagonista um jovem da favela que ganhava uma bolsa na faculdade de direito, onde sofria preconceito indireto, sendo abordado pelos colegas de classe alta, que achavam que, por ele ser da favela, conseguiria drogas facilmente. Um bom curta, com boas atuações e roteiro bem desenvolvido.


Cacá DieguesNo segundo segmento, ARROZ COM FEIJÃO, duas crianças tentam conseguir dinheiro para comprar um frango, para comemorar o aniversário do pai de uma delas. Assim como o título, trata-se de um curta básico desde a trilha sonora (à Menino Maluquinho), roteiro, direção e atuações. Mais didático e sem graça do que deveria ou poderia.

   

 CONCERTO PARA VIOLINO, o terceiro , foi para mim o mais impactante. É o que curta que mais vai de encontro ao discurso de favela-paz-e-amor do diretor Cacá Diegues e mesmo sendo o mais distante do que parecia ser a proposta inicial, foi o que mais me tocou. Tão arrepiante quanto o som do violino. Uma história forte e emocionante, de três amigos que, separados na infância, reencontram-se já adultos, numa situação que explicita os diferentes caminhos que cada um seguiu. Excelente.

 
           

CONCERTO PARA VIOLINO, o terceiro , foi para mim o mais impactante. É o que curta que mais vai de encontro ao discurso de favela-paz-e-amor do diretor Cacá Diegues e mesmo sendo o mais distante do que parecia ser a proposta inicial, foi o que mais me tocou. Tão arrepiante quanto o som do violino. Uma história forte e emocionante, de três amigos que, separados na infância, reencontram-se já adultos, numa situação que explicita os diferentes caminhos que cada um seguiu. Excelente.



O último segmento, Acende a Luz, é o que mais se aproxima do que disse Cacá no início da sessão: é um curta que trás o cotidiano da favela, o que passam seus moradores, aquilo que não é notícia jornalística. Nele, uma comunidade está em polvorosa para que a companhia elétrica coloque para funcionar um dos pontos de luz de lá. É véspera de natal e caberá a um simpático e desavisado funcionário a missão de consertar o tal ponto de luz, antes que anoiteça.


Cacá Diegues demonstra que continua antenado e mantém a lucidez no cinema nacional, frescor que nem todos os cineastas do cinema novo conseguiram conservar. Apesar de não funcionar em alguns momentos, Cinco Vezes Favela – Agora Por Nós Mesmos é uma iniciativa louvável e muito bem-vinda.

REFERÊNCIAS




 

 

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